Nasci em maio de 1951. Estudei até aos 19 anos, indo depois trabalhar com o meu pai que era comerciante. Em 1976, por doença do meu pai, assumi o comércio dele. Fui comerciante até 1998, altura que fui para Angola a tentar a sorte, onde permaneci até 2009.
Após um ano de estar em Luanda, fui trabalhar com o governador do Kwanza Norte a dar cursos de formação na área de comércio e hotelaria. Durante a estadia nesta província trabalhei durante um ano para as forças armadas - 8ª região Militar - tendo ficado hospedado na casa do General, Comandante da Região Militar.
Contactei com oficiais generais, oficiais superiores e outros militares, tomando conhecimento de pormenores da guerra civil que assolou aquele país.
Um dos cursos que dei foi de culinária, em que ensinava principalmente: o básico da culinária, os nutrientes, a riqueza alimentar de cada tipo de alimento, os alimentos indicados para certo tipo de doenças, etc.
Um dos instruendos pediu-me para lhe mandar vir de Portugal um livro de culinária que ensinasse tudo aquilo que eu resumidamente lhes ensinava. Pois em Angola apenas conseguia alguns livros, mas que tinham apenas receitas.
Pensei nisso, e com pesquisas no computador através da Google, além de consultas em livros e revistas, comecei a escrever livros sobre esses temas. Regressei a Portugal em 2009, acabei de escrever esses livros e pensei em escrever sobre as consequências que a guerra civil de Angola causou à sua população. Como estive em N´Dalatando, capital do Kwanza Norte, antiga Salazar, que esteve ocupado durante cerca de um ano pela UNITA, escrevi o meu primeiro livro "Angola - O lado obscuro da guerra" sobre o que a população da cidade sofreu durante essa ocupação.
O bichinho da escrita tomou conta de mim. Atrás desse foram mais dois também sobre o mesmo tema ("Menina de Huambo" e "Kuito - Terra sofredora"), e seguiram-se outros. Já escrevi vinte e dois romances, além de vários livros que escrevi sobre a alimentação e um sobre o desporto em Anadia.
Como escritor não me considero um biógrafo, não gosto de escrever biografias, nem me considero capaz de escrever poesia, e muito menos me considero um escritor erudito. Considero-me, isso sim, um romancista. A palavra Romance deriva do latim "romanicus" ("romanicus loqui", ou seja falar à moda dos romanos), que era o latim vulgar usado pelos povos submetidos por Roma. Esta forma de falar foi evoluindo e na idade média este falar, já com bastantes diferenças da língua latina, passou a ser a linguagem do povo, distinta da dos eruditos, o latim puro. Assim, a palavra romance foi evoluindo e adquiriu um significado literário para nomear certas narrativas na dita língua vulgar. Chegados ao Romantismo (meados de século XVIII), nasce o Romance como literatura feita pelo povo e para o povo. Este novo tipo de escrita é introduzido em Portugal na década de 30 do século XIX por Almeida Garrett quando regressou do seu exílio em França.
O historiador relata factos, o Romancista cria os tipos humanos em acontecimentos possíveis, fruto da sua imaginação. Cabe ao romancista pôr diante dos leitores os conflitos da alma humana, palpitantes de vida. Na profundeza e perfeição do enredo, procurando uma forma de expor acessível ao leitor, deve-se encontrar a fantasia e o ideal para o leitor. Criadas as personagens, circunstanciais, e cenários, o Romancista abdica, depois, quase naturalmente, do poder sobre os intervenientes, entregando-se ao fluir da liberdade e do respetivo destino – os heróis do romance crescem na medida do casamento mais ou menos fiel entre o romancista e a realidade.
Como penso que um livro, um quadro, uma escultura, uma canção, devem atacar o preconceito, a opressão, a tirania… realçar a justiça, o bem, a solidariedade…, nos meus livros seleciono temas com os quais pretendo chamar a atenção para as duras realidades humanas da sociedade, passada ou atual, que de alguma forma podem alterar a vida do cidadão comum, para o bem ou para o mal, quer sejam jovens ou adultos. Depois de escolher o tema principal sobre o qual se vai debruçar o meu livro, valendo-me do privilégio de romancista, imagino tanto a história como os protagonistas que crio com o intuito de alertar os meus leitores para as consequências benéficas ou maléficas que tomam no romance. Além do tema principal enquadro no espaço e no tempo em que decorre a narração outros factos que de qualquer modo tiveram influência na sociedade.
Espero que gostem dos meus romances. A melhor forma de dar a conhecer uma obra de que se gosta é falar dela aos amigos. Por esse motivo, caso goste dos meus livros, como espero, agradecia que falasse deles aos seus amigos.
Pode entrar em contacto comigo, para qualquer esclarecimento da minha parte, através do meu email: nelcerveira@gmail.com